Uma mulher nunca revela seus segredos
Estou olhando pela janela daquele lugar espetacular e mais uma vez mal consigo acreditar na surpresa de Klaus para mim. Não era nenhuma data especial, nenhum aniversário ou dia incomum, mas meu marido decidiu que me surpreenderia com uma deliciosa viagem para fora da cidade.
Chamei-o de louco, reclamei que não poderia me ausentar do trabalho nem por um fim de semana, mas não poderia deixar de agradecer toda sua insistência para me arrastar àquela casa belíssima no meio do nada.
Tudo parecia delicioso. O vento que batia através daquela janela grande, o silêncio que permitia ouvir o canto dos pássaros e a paz que envolvia como um abraço – quase tão bom quanto era o do meu marido, que chegava a mim naquele instante de introspecção.
— Amanda? — Chamou, me causando um arrepio que se tornou um nervosismo que me tomou inteira quando fui envolvida por aquele homem.
— Sim? — Respondi em tom de pergunta, sentindo-o me apertar na pressão correta. Nosso enlace agora era mais coberto, ele me cobrindo quase completamente com seu corpo robusto.
— Estava te esperando para tomar banho — Esclareceu, espalhando beijos por meu pescoço até atingir seu objetivo de deixar-me trêmula em segundos. Klaus percebe o efeito que causa e é por essa razão que começa, também, a morder meu ombro.
— Você se aproveita, não é? — Constatei, olhando por cima dos ombros aqueles olhos verdes cheios de malícia. Safado e cachorro, do jeito que eu gostava — E eu adoro — Completei, me esfregando em seu corpo a fim de atiçar o meu homem.
Adorava chamá-lo de meu não pela vaidade da posse, mas pela felicidade de saber que nós nos escolhíamos há tempo, sempre, todos os dias. Era revigorante, me tornava mais mulher, mais viva, toda vez que suas mãos pareciam desesperadas por mim.
— Assim não vamos fazer o que queremos — Ele constatou, alisando as minhas coxas por dentro da saia que eu usava. Subia pelos meus quadris, tateando meus seios por cima da blusa a qual queria demais abrir.
— E você sabe o que eu quero? — Perguntei, tentando virar sem sucesso. Klaus me segurou no mesmo lugar e, entrevendo minhas palavras, estacionou seus dedos largos no primeiro botão da minha roupa social.
— O que? — Perguntou, brincando com o botão tão maior que seus dedos. Ele era um homem grande em todas as suas formas.
— Você dentro de mim — Fui direta. Meus olhos negros convidando-o a me preencher como só ele sabia: com intensidade, vontade e uma garantia de quem sabia foder com uma classe digna de quem tocava um piano e não uma mulher.
Assim, quando seus lábios me tocam, sinto automaticamente a delicadeza e dureza misturada no mesmo homem. É lento, voraz, quase como se eu fosse sua caça e ele meu caçador. Mas eu não estava acuada, apesar do seu domínio absoluto. Eu era sua porque eu bem queria, porque ele era capaz de ser um doce fora da cama e um selvagem nela.
Quando Klaus abre o primeiro botão, eu suspiro entregue aos seus encantos de deus nórdico. Não poderia ser diferente quando um de seus braços tatuados seguraram minha cintura, me deixando na ponta dos pés para aconchegar sua ereção mais atrás de mim e o outro, me desnuda.
Klaus parecia com aqueles heróis descritos na mitologia. Corpo atlético, alto, cabelos loiros e longos, além de olhos absolutamente verdes. O leão tatuado no braço era somente uma forma de camuflá-lo no meio dos demais mortais e por essa razão era o meu lugar favorito de arranhar.
— Amanda… — Advertiu, fechando os olhos com força quando cravei as unhas sensualmente em sua pele. Klaus gostava quando eu reagia desesperada ao seu toque lento e era por isso que me torturava botão por botão, emendando beijos em minha boca.
— Com força — Mandei, como uma decisão final espalmando minha mão livre no parapeito da janela, oferecendo-me ao meu marido que me aceitou com um beijo tão fortuito que fiquei sem ar. Por sorte havia tudo o que precisava naquela boca ávida de me consumir de todas as formas.
Klaus me tragou em meu pescoço, absorvendo meu cheiro e espalhando-o entre nós, misturado a um acentuado aroma de sexo que começa a tomar conta do ambiente quando ele retira minha blusa e a atira no chão.
Ele não hesita em cobrir meus seios com as duas mãos. Seria minha chance de exercer controle e me virar, se eu quisesse, claro. Mas o que eu queria era ser fodida sem sequer tocar meus tornozelos no chão e isso Klaus me daria da melhor maneira.
Seu aperto tem a força perfeita. Me dá uma leve dor que muda de orientação conforme ele me acaricia. É como ter tudo quente e de repente ficar frio, me surpreende e não me entrega noções de comodidade.
A maneira como sou tocada pelo meu marido é uma surpresa, sempre é, e tamanho é o meu deleite que fecho meus olhos e apoio minha cabeça em seu ombro enquanto ele estimula meus mamilos com conhecimento e prática.
— Abre as pernas — Mandou ele, e naquele momento aguardei receber os seus dedos entrando em mim, sendo no entanto surpreendida na oração seguinte — E leva seu dedo ao meio das pernas — Mandou, encostando a boca na minha orelha.
Klaus mordeu o lóbulo e com um sorrisinho, me ajudou chupando meu dedo indicador por vários segundos antes de conduzir para entre minhas pernas. Quando eu estava lá, ele apenas retornou aos meus seios e suspirou.
— Se toca para o seu homem. Quando estiver perto, eu te fodo gostoso. Quero que goze no meu pau — Explicou e sem delongas, o obedeci. Descendo a mão esquerda entre as minhas pernas comecei a acariciar o clitóris. Involuntariamente sentia o quadril se movendo junto e o desejo embarcando numa crescente extraordinária. O corpo todo obedecia aquela vontade e meu marido desfrutava como se estivesse faminto dela. Era perceptível em sua ereção cada vez mais rígida.
Eu suspirava e me entregava, por vezes até gemia, tudo conforme a minha carne ficava mais excitada e, como a dele, dura. Era uma expectativa cujo gosto mais próximo era daquele homem forte que também me torturava os seios. E ainda, como se achasse pouco, marcava meu pescoço exposto com mordidas que com toda certeza me marcariam até depois do fim de semana. Eu brigaria com ele por isso, mas depois.
Naquele momento a única oposição que eu queria era Klaus contra mim, fodendo-me com força. Tanto ansiava, tanto fantasiava, que me deixei levar por seus toques até a beira do precipício, jogando um jogo perigoso que ao perder também ganhava. Não tinha como ser derrotada com Klaus tão sedento por mim, a tal ponto que investia contra mim sem sequer penetrar-me.
— Estou perto. Entra dentro de mim — Pedi, olhando em seus olhos claros e ele não me fez esperar. Com rapidez tirou as mãos de mim e antes que sentisse o frio de sua ausência, estava nu, encostando o seu peito em minhas costas, conforme seu pau era apontado para minha entrada.
Numa entrada cuidadosa, mas forte, Klaus me penetrou. Senti-o até o último centímetro, aconchegado dentro de mim como se tivéssemos sido feitos para aquele encaixe. Ele era grande, mas como me excitava na medida perfeita, sempre conseguia tê-lo e ainda pedir por mais. Era a vantagem de ter alguém que sabia o que estava fazendo e se preocupava.
Tanto que ele ficou um tempo parado apenas aguardando que eu me acostumasse com sua invasão. Minutos depois começou a se mover num ritmo gostoso. Sentia seus quadris se chocarem com meu corpo e o barulho que fazia era indisfarçável. Estava em todos os móveis do quarto, no silêncio da natureza, nos meus ouvidos como uma canção erótica. Eu tinha o som daquele homem me comendo em cada canto da minha pele.
Levada ao delírio pela maneira como saia e entrava, além da sua mão substituindo as minhas na masturbação, me vi louca e abandonada, tendo apenas ao parapeito da janela e seus cabelos para recorrer.
— Adoro como você se entrega, Amanda, me faz perder o juízo — Disse ao meu ouvido, mordendo o lóbulo e arfando em seguida. Era a marca evidente do prazer que ele sentia. E para deixá-lo mais envolvido, eu abaixei mais meu tronco, apoiando-me mais na janela, dando-o a visão completa do seu pau estocando dentro de mim.
Foi o ápice para Klaus. Eu sabia que seria. E por essa razão pedi que aumentasse a velocidade dos seus movimentos em minha boceta. Queria que gozassemos juntos. Assim, quando pediu meu desejo, dei um grito deixando a voz escapar livremente como nunca pude quando transávamos em nosso prédio.
Foi libertador, selvagem e tão delicioso que tudo que eu pude foi olhar para ele por cima do ombro com minha melhor expressão de mulher satisfeita, o que o levou consequentemente a um gozo que começou com uma estocada e terminou com ele me puxando pelos cabelos, até grudar nós dois.
Senti ele se derramar dentro de mim e beijei-o com uma languidez absurda até seu coração desacelerar. Quando aconteceu vi aquele homem todo finalmente me virar e me abraçar, tirando meu corpo do chão.
— E começou o fim de semana… — Ele falou, dando uma risada conforme levava nossos corpos até a cama. Caí já por cima dele, propiciando o que seria depois que ele se recuperasse uma deliciosa cavalhada.
E não estaria nem perto de ser nossa última transa naqueles dois dias. Queríamos mais e realizamos até nos cansarmos. Quando retornei ao trabalho na segunda, meu rosto parecia muito mais jovem. Era como se eu tivesse passado por um spa de uma semana, mas não era nada disso. Questionada por minhas amigas sobre o segredo da beleza, eu disse algo simples: uma mulher nunca revela seus segredos…
Conto erótico by Letícia Araújo (@Leteratura__)