O melhor presente
Sentada à mesa que guardava os pratos vazios de um jantar delicioso e finalizado eu o aguardei. Era o dia do meu aniversário de vinte e seis anos e meu namorado me garantiu que tinha o melhor presente do mundo para mim.
Eu duvidava um pouco. Havia ganhado da minha mãe um perfume que amei, do meu pai dois ingressos para um festival que queria há tempos e havia mimado a mim mesma. Ainda sim, no entanto, o esperava com curiosidade e silêncio.
— Aqui — Disse-me o homem assim que apareceu na porta da cozinha. Negro, cabelo baixo estilo militar, uma boca carnuda que fazia loucuras entre as minhas pernas e um sorriso de dentes bem brancos. Se o presente fosse ele nu com aquele pau que tinha até haveria competição com os outros.
— Uma venda? — Indaguei supondo que aquilo não era ainda o que queria me dar.
— Para você aproveitar melhor o presente que tenho — Falou e em ato seguido se deslocou para trás de mim com o tecido vermelho.
Antônio não chegou a me tocar voluntariamente. Apenas se colocou sem qualquer centímetro de distância em mim, deixando que sua ereção tocasse sem qualquer pudor a minha bunda.
Não entendia ainda a razão, mas a surpresa tinha ele animado e agora, consequentemente, tinha a mim também. Dessa forma, para expressar meu contentamento, movi minha bunda de baixo acima sobre a marca do pau que estava em seu jeans só para ouvir seu gemido.
— Calma amor — Ele falou no meu ouvido me arrancando um suspiro delicioso enquanto me tirava a visão. Para me deixar cômoda, retirou também o meu cabelo de dentro do elástico e depois de uma puxada de leve começou a nos conduzir pela casa.
— Para o quarto? — Elaborei uma hipótese que foi confirmada quando ele me sentou sobre a cama com lençol de algodão. Eu conhecia aquele ambiente como ninguém porque todas as vezes que estava ali perdia horas com ele dentro de mim.
— Quer testar seu presente? — Perguntou depois de colocar sobre meu colo uma caixa de papelão que fez o favor de abrir. Quando comecei a tatear com as duas mãos aquele formato algo nele criou vida e ele vibrou sobre meu indicador, arrancando-me um grunhido inesperado.
— Não pode ser — Eu falei um tanto confusa apertando no mesmo lugar e recebendo a mesma interação.
Antônio foi sempre muito aberto em relação a sugestões para melhorar o nosso prazer. Posições novas, lugares inusitados e fantasias já haviam marcado presença em noites tórridas, porém, não havíamos chegado a conversar sobre brinquedinhos complementares.
Da minha parte, por exemplo, havia o receio de trazer o assunto. Advinda de relacionamentos muito conservadores em que certamente o meu parceiro se sentiria diminuído por um vibrador não imaginei um dia poder pedir abertamente para experimentar um sem gerar uma crise.
Aquele homem era bem resolvido demais para deixar ser um problema e, mais ainda, era ele quem havia trazido aquela vivência tão instigante até nós. Assim, para devolver sua provocação com ainda mais tesão, beijei-o.
Minha língua ávida buscou a sua e a enrolou com uma habilidade que o fez me tocar com mais força. Sua mão enorme enrolou-se em minha cintura, deixando-me na ponta dos pés para, após isso prontamente colocar-me na cama e vir por cima de mim.
— Gostoso do caralho — Elogiei no meio do nosso enrosco abrindo as pernas que apoiei na base de sua coluna. Não precisava ver aquele deus pagão para definitivamente concluir que ele estava a ponto de pegar bem em cima de mim.
Sua boca dizia isso quando os beijos desviavam para o pescoço e começaram a marcar minha pele, seus dedos continuavam discursando quando se dividiam entre meus seios e bunda, e sua ereção se encaixando na minha calcinha encerrava o sentido de qualquer vocábulo.
Era a polissemia de luxúria traduzida num mastro delicioso e recoberto cutucando minha entrada também protegida por um pedaço de tecido de algodão que mal segurava a umidade que formava-se em mim e molhava o jeans de Antônio.
— Acho que alguém se animou para ser tocada por outro — Ele sussurrou beijando por cima do meu vestido, nos seios, um beijo em cada um deles com mordidas pequenas e excitantes.
O primeiro gemido escapou de mim naturalmente quando ele fez aquilo pela segunda vez e segurei sua cabeça no lugar até que ele chupasse um pouco aquela região.
— Mais — Pedi e me ouvindo ele baixou minha roupa e subiu o sutiã para começar a mamar-me ao seu prazer.
Antônio lambia lentamente, chupava com gosto e sugava até me arrancar diversos sons inteligíveis. Era eu sua sobremesa e estava disposta a ser comida com fervor por meu namorado e o surpreendente vibrador que ele trouxe de novo até nós.
Subindo-o ligado por minhas pernas senti mover duas partes distintas do objeto de enquanto ele era passado pelas minhas coxas expostas, depois minha barriga e seios, até pousar em minha língua.
— Abre para mim — Demandou com um tom manhoso, mas dominante que me levou a chupar a ponta daquele vibrador com o afinco que fazia com o próprio pau de Antônio que fiz questão de buscar.
Achei-o a meio caminho de encontrar e quando o recebi foi com ele coberto somente da sua cueca bem marcada com aquele pênis glorioso e duro que eu só pensava em chupar até que se derramasse por inteiro em minha língua.
— Quero você na minha língua — Pedi apalpando-o e Antônio pulsou em minha mão. Deveria ser a combinação do toque com meus lábios lambendo o vibrador.
— Paciência meu amor — Ele falou com a voz alterada de prazer, tocando a lateral do meu rosto com um carinho que eu sabia que só duraria até que ele entrasse em mim. Depois disso ele estocaria com uma vontade deliciosa até que me enchesse da sua porra quente.
Com o mínimo de clemência, no entanto, permitiu que eu abaixasse um pouco da sua cueca, o suficiente para que eu sentisse aquele macho bem dotado com meus dedos. Iniciar uma punheta devagar foi inevitável.
De cima para baixo, envolvendo com os dedos aquela parte rígida de seu corpo eu conduzia parte do júbilo daquele que me levava à loucura. Eu era capaz de devolver-lhe um pouco do que me causava.
Era com o punho apertado, mantendo-o sempre no formato perfeito eu deixava o meu movimento ser uma mistura dos meus conhecimentos da anatomia masculina com sua vontade de meter entre meus dedos macios.
Imprimia rapidez, domínio e também uma contemplação tão crua que aquele homem começou a gemer de um jeito muito másculo sobre minha pele que o recebia pelo curto tempo que me deixava.
Digo curto porque tão logo Antônio derramou um pouco de seu líquido em meus dedos, retirou-se de mim para me deixar confusa por alguns segundos.
— Quero que você goze com vibrador bem fundo em você antes — Esclareceu e sem dúvidas ou delongas avançou por cima de mim para tirar minha roupa por completo e me tocar toda nua.
Seu abraço quente, seu corpo no meu, o contraste das cores que nossa pele fazia e que eu conhecia mesmo sem ver mantinha-me com minhas pernas bem abertas para receber aquele objeto que descia por mim traçando um caminho molhado que ele fazia também com beijos.
— Vou colocar dentro bem devagar — Avisou Antônio, introduzindo o vibrador em mim, centímetro por centímetro, enquanto iniciava de novo aqueles beijos lascivos na minha boca.
— Tem algo que eu quero muito achar aqui — Ele avisou continuando sua entrada que terminou quando subiu minha coxa até por cima do seu ombro. Estava toda aberta, com um vibrador todo dentro de mim e ele não cansava de beijar-me.
Senti o formato meio encurvado quando fui invadida e não imaginava a dimensão de poder que havia naquilo que o momento que Antônio fez ele mover dentro de mim ao tempo que estimulava meu clítoris por fora.
Foi um grito agudo, inesperado, surpreso e com um prazer nada ponderado. Veio da alma, da liberdade e do gosto de ter comigo um macho desinibido que sabia dar atenção a minha necessidade de ser fodida da maneira certa.
— Porra — Ouviu-o na minha língua e engatamos aquela série de beijos em cadeia que nos levava ao limite junto com aquele prazer inenarrável.
Era como sentir um mundo de sensações dentro de mim, sublime, indefinido e perfeitamente capaz de me tirar de qualquer eixo. Aquela vibração tomava-me de pronto, me arrastava ao novo e me convocava a me sentir mais completa, mais mulher e mais dele. Muito mais dele.
Ele era meu homem. O homem que me reconhecia como uma mulher cheia de vontades que valeriam tudo para serem valorizadas como o devido.
Antônio fazia isso me penetrando com ímpeto e entendimento à medida que fazia correr livre todos os estímulos que aquela maravilha exercício em mim.
— A-amor — Falei entrecortando os malditos fonemas quando começou a ficar muito bom, quando estava acostumada e consciente de tudo o que se desenvolvia em todo lugar e ao mesmo tempo em mim.
— Já vou! — Informou e em ato seguido aquele movimento de “vem cá” dentro de mim foi ficando ainda mais intenso. Antônio ia me matar e conhecia a forma de fazê-lo.
Era uma tortura que quase me doía se não fosse antes a coisa mais louca e latente que já senti no meio das minhas pernas. Queria mordê-lo, arranhá-lo e por fim beijar aquele corpo todo até onde eu pudesse conforme ele me fazia adentrar aquele carrossel de sensações.
Era como girar sem sair do espaço, como acessar um mundo só nosso promovido por níveis de prazer que ficavam mais e mais fortes conforme eu gemia mais alto, beijava mais forte ou puxava-o para que me beijasse sem sucesso.
A única parte que ele quis de mim foram os seios branquinhos que eu sei que o deixavam de cabeça virada, portanto, sua boca varreu aquela região e depois da língua voltou com beijos que combinados a nova velocidade tornou-se a minha ruína.
Gozei forte como nunca antes na vida sendo acometida por um estado diferente de entorpecimento. Era como caminhar nas nuvens, receber um beijo de um anjo caído e retornar ao meu corpo com a clareza natural de ter sido muito bem fodida por aquele que vendo-me em êxtase tirou minha venda.
Olho no olho nós nós olhamos com aquela vontade fluindo e cortando o ar espesso que quase não entrava em meus pulmões quando gozei, precisando receber do meu namorado o fôlego direto de sua boca para minha num beijo que inaugurou outra rodada de outros furtivos com aquele vibrador até o talo ainda dentro de mim.
Antônio manteve-o ali, mas parecendo desesperado por seu alívio também se ergueu na cama para que seu pau ficasse na altura dos meus lábios, aquele mastro marrom tão rígido que denotava até sem querer o quanto se afetava comigo tão entregue para sua contemplação.
Agarrei a símile do meu desejo e comecei a chupa-lo com toda minha habilidade, vontade e experiência em fazê-lo se sentir bem até atingir o seu ápice em minha boca. Logo, lambi, usei as mãos e em alguns momentos lambi só a glande.
Era como a cereja de um bolo, levemente avantajada e arroxeada eu admirava dela ao corpo daquele pênis conforme eu extraía todo o seu futuro prazer sem a ideia de ser lenta ou comedida.
Antônio queria para logo e eu busquei dar engolindo tudo o que podia, até quase engasgar só para que gozasse segurando minha cabeça enquanto me fodia quase descontrolado antes dos joelhos deixarem-no sem forças.
Meu namorado caiu na cama do meu lado e ainda fui por cima dele para tirar até o último resquício de seu sêmen. Adorava seu gosto salgado e fazia questão de que ele me visse tomá-lo até que estivesse totalmente mole dentro de mim.
Abandonei-o somente naquele estado vendo o seu peito subir e abaixar até que a respiração normalizasse com ele me puxando para um beijo com o seu gosto passando por nós dois em uma comunhão de corpos e desejos.
— Eu te amo — Eu me declarei e depois que Antônio respondeu-me de forma recíproca, completou:
— E ainda não acabou. Apenas testamos duas velocidades. Falta-nos sete — Avisou aquele homem tocando um botão daquele vibrador roxo. Segurei minha mão na sua e me recostei no travesseiro trazendo ele para cima de mim.
Definitivamente, apesar de minhas dúvidas iniciais, o melhor presente entre os que ganhei…
Conto erótico by Letícia Araújo (@Leteratura__)