Local inapropriado
Me causa euforia, ansiedade, adrenalina, arrepio, tudo fica intenso, fica saboroso, fica com um cheiro tentador. Parece que tudo acende de uma vez, como uma explosão, que domina o meu corpo. O seu toque percorre minha pele, me pega com as mãos firmes, para por um instante com a boca bem próxima da minha.
Uma mão está no meu rosto, como um carinho, um afago gostoso. A outra está na minha cintura, logo acima do meu quadril, firme, com desejo demonstrado na ponta dos dedos. Sinto essa mão indo em direção ao meu umbigo, ao mesmo tempo que a outra já não pousa mais em meu rosto, segue para a nuca, vai em um ponto que você já sabe que me deixa “mole”, ou melhor “molhada”.
A mão segue a linha do umbigo descendo, tento olhar em volta com medo de que alguém invada o ambiente e interrompa nosso momento, você traz meu olhar de volta a sua boca e ao seus olhos. Fico confusa entre olhar para esses olhos escuros como a noite ou para a sua boca que parece encantadoramente saborosa, tem um desenho perfeito.
Umedece os lábios com a língua e encosta-os nos meus, quando percebo, suas mãos estão entre minhas coxas, não evito um gemido fraco que escapa entre nossas bocas, você me puxa ainda mais, quase como se quisesse que eu montasse em cima de você. E talvez realmente quisesse, eu também queria.
Mas ali, naquele escritório do lado do auditório, onde tinham mais ou menos 500 pessoas, esperando pela minha apresentação, não daria pra fazer tudo o que a gente queria. Suas mãos deslizam o tecido, os dedos deslizam pra dentro de mim, prendo o ar e você prende minha boca com a sua.
O telefone vibra insistentemente, alguém me procurando pra saber porque estava atrasada, mas você não podia soltar a minha nuca e tirar seus dedos de mim e eu não podia deixar de sentir você dentro, se não fosse por um motivo muito bom, aquele motivo era muito bom. Toca uma, duas, três… as estocadas pareciam sincronizadas com as vibrações que seu celular fazia.
A ligação cessa, você continua concentrada em me arrancar um orgasmo mas, estou controlando os gemidos e a força que minhas unhas fazem contra sua pele, seminua, numa sala da empresa. Alguém bate na porta, você sem pressa nenhuma se afasta, tira os dedos de dentro de mim bem quando estava na beira do meu ápice, me ajuda a arrumar a roupa, solta meu cabelo e ajeita com os dedos, abotoa sem pressa os botões da sua camisa, enfia uma das mãos no bolso tudo casualmente enquanto eu ainda sinto meu peito subir e descer rapidamente.
Respiro fundo, e você abre a porta, sorrindo para a moça que iria arrumar o escritório. Fico travada com a naturalidade que você me excita e me traz de volta a realidade, você, disfarçadamente chupa os dedos que estavam dentro de mim e sai pela porta.
A gente segue em direção ao auditório, a apresentação acontece com o pouco de concentração que me restou, estou molhada por debaixo da calcinha, você senta na primeira fileira e me olha com tanta intensidade que eu só deixo as palavras saírem automaticamente da minha boca. Molhadas, completamente inebriadas e com muita vontade de continuar o que a gente começou ali, naquele local inapropriado.
Conto erótico by @textilado