Com amor, o homem da sua vida
Eu e Bernardo nos amamos há tanto tempo que nem me lembro como era minha vida sem ele. Nos conhecemos na escola, frequentamos a mesma faculdade e nos casamos depois do primeiro emprego. Éramos o casal perfeito para ter uma casa, dois filhos e um cachorro.
Como eu disse, éramos. Com a descoberta da terceira gravidez, as contas da casa e uma mudança repentina de função, percebi que eu e meu marido fomos nos distanciando. O amor estava ali, mas aquela paixão, o toque cheio de fogo, parecia dar lugar às meias quentes e conchinhas.
Não que eu não valorizasse os momentos doces, mas era bem verdade que precisávamos de algo a mais. Por essa razão conversamos e concordamos em passar um tempo de casal. Sem filhos, um restaurante caro e uma transa selvagem no banco de trás era tudo que eu esperava.
Mas nada disso receberia no dia de nosso encontro e comecei a entender isso quando, pela manhã, uma batida incessante tomou conta de minha porta. Pensei em ignorar, mas como não pude de modo algum, deixei tudo para o alto e abri.
No chão havia uma caixa que automaticamente despertou minha curiosidade. Era preta, tinha um tamanho médio e um laço vermelho que levava uma cartinha no meio do nó.
Para um dia cheio de surpresas, a primeira delas. Com amor, o homem da sua vida.
Fiquei automaticamente derretida. Se tinha algo que aquele canceriano sabia, era como me deixar totalmente boba com suas surpresas e, só de ter cogitado que ele deixaria pelo simples, deveria ter me recriminado. Bernardo era romântico e extravagante.
Reparei que dentro da caixa havia uma lingerie envolta em seda. Sutiã rosa de renda, calcinha acompanhando e algumas fitas que se envolveriam em minha cintura e pernas. Perfeitamente adaptável ao meu corpo de grávida, percebi assim que tomei o conjunto Cristal rosa na minha mão.
Abaixo dele tinha algo roxinho, quase diminuto, num formato quase cilíndrico, exceto por duas orelhinhas. Era delicado e fofo. Perto daquele objeto, um novo recadinho.
Quero que você use-o dentro da calcinha para quando formos jantar.
Era indecente, quase devasso, mas o calor que se apoderou de mim com isso foi indescritível. Ainda mais porque comecei a imaginar que aquela peça faltava um devido controle que eu tinha uma vaga ideia de onde estaria.
Dada a noite, me arrumei como sabia que o agradaria. Depilei-me toda, passei um creme delicioso no corpo e finalizei com um perfume suave. Me maquiei com um batom bem vermelho de longa duração e deixei os cabelos lisos com cachos bem delineados pela minha cabeleireira, que foi um dos presentes que Bernardo fez chegar aqui em casa pela tarde.
Quando ele chegou, igualmente arrumado e sensual, eu quase tive um colapso nervoso. Com seu topete devidamente alinhado e olhos pequenos cor de amêndoa, ele me aguardou do outro lado da porta como se não tivesse a chave de casa.
— Boa noite — Me disse mexendo no seu terno feito sob medida que eu não conhecia. Ele havia investido naquela noite, dava para ver na barba feita e perfume delicioso.
— Boa noite — Falei, fechando a porta de casa e o acompanhando como não fazia tinha tempo. Quase não lembrava a última vez que minha sogra tinha ficado com as crianças, mas a sensação era quase tão boa quanto a dele andando mais devagar atrás de mim só para me olhar.
— Algo errado com meu vestido? — Perguntei, sabendo que com as mudanças da gravidez ele estava muito mais colado ao corpo, ressaltando todas as curvas.
— Absolutamente não — Falou, chegando mais perto de mim, quando atingimos o nosso carro no estacionamento. Eu estava com a mão na maçaneta e ele cerceou meu caminho entre o veículo e ele. Perto demais — Você está gostosa como nunca nele — Esclareceu em meus olhos assim que virei para ele, que me olhou do pé até os olhos para dizer. Era sincero e mais ainda, chegava a mim de um jeito quente.
— Você também está lindo — Falei tocando seu peito, sentindo em seu bolso do paletó uma protuberância desconhecida. Apertei ali e senti algo vibrar dentro de mim automaticamente. O sorriso lento de Bernardo se transformou em safado no ato.
— Você obedeceu — Falou, passando a mão da lataria do carro para minha cintura, seu corpo se inclinando para frente e sua mão firme me pegando. Quase suspirei.
— Em todos os sentidos. A lingerie, inclusive, caiu como uma luva — Falei, envolvendo seu pescoço e dizendo as palavras nos seus lábios. Bernardo não resistiu em me beijar.
Me puxando para si até que estivéssemos grudados, aquele homem entrou na minha boca com sua língua de forma ávida. Tomou a minha com vontade, rodopiou sobre a minha e me convidou a uma dança gostosa regada a sedução e saudade. Não me segurei dessa vez, naquela boca soltei todo meu carinho, mas também o tesão despertado por ele.
Bernardo sentiu e seu aperto desceu para minha bunda, que ele colocou nos dedos para apertar, elevando-as até que minha pélvis estivesse em contato com a sua. Seu pau começando a endurecer contra mim.
— Vida… — Ele falou, quando o ar nos faltou e nos separamos. A gente ainda estava encaixado daquele jeito no estacionamento vazio — Precisamos sair. Agora — Falou me soltando, mas antes que o fizesse de tudo, fiz questão de apertar o seu volume. O jeito que ele fechou os olhos me fez sonhar com as loucuras que faria com aquele homem depois do jantar.
— Você não imagina o que vou fazer com esse pau quando estivermos a sós — Eu disse, lambendo meus lábios e depois abrindo a porta do carro. Bernardo ficou ainda cinco minutos parado e de pau duro, despertando apenas na iminência de um carro chegar.
Ri do meu marido por todo caminho, pois toda vez que o tocava, ele parecia que ia ter um infarto. Eu era a faísca e Bernardo, coitado, uma palha ensopada de gasolina. Evitei assim mexer com meu marido até que chegássemos ao lugar.
Era um ambiente aconchegante. Com lâmpadas que caíam do teto e detinham uma meia luz. O restaurante tinha mesas ao ar livre e dentro do estabelecimento. Havia mesas de madeira e cadeiras de um lado a outro. Me sentei de um lado e Bernardo, automaticamente de frente para mim. Completamente afetado. Ri dele outra vez e, por baixo da mesa, toquei sua perna, provocando um solavanco de surpresa.
— Calma — Falei, e com a mão tomei a sua, subindo a perna por entre as suas. Ele parecia viver o céu e o inferno, lembrando no devaneio silencioso entretanto que também tinha a chave dos dois mundos. Uma chave rosa, com formato de laranja cravo, e um botão no centro. Tirou-a discretamente e guardou no bolso sem dizer nada, foi o suficiente para eu me aquietar.
Com a suposta ameaça de que ele poderia virar o jogo quando quisesse, eu parei por um tempo. Chamei o jantar, conversei com ele sobre vários assuntos. Falamos sobre a gravidez, chegamos a conclusão sobre o nome da criança e também rimos falando do passado. Era uma forma de reencontrar todos os tempos do nosso amor.
Estava olhando para ele com todos os bons sentimentos, agradecida, feliz e com vontade de dar-lhe um outro beijo, um bem mais carinhoso. Naquele momento tão cúmplice, tão nosso, inseri minha língua na dele e, o que foi sensual virou doce, único e ainda assim, quente como mil fornalhas. Eu o queria muito e ele sempre me queria. Tanto que quando finalizamos com selinhos, senti aquela pressão de novo no meio das pernas.
Não era natural. Era o vibrador que aquele filho da puta atingiu. Discretamente voltei à cadeira e cruzei as pernas, vislumbrando o rosto descansado daquele homem que lambia os seus lábios com o gosto do beijo. Era como se me dissesse que queria o meu gosto ali.
— Está gostando? — Ele perguntou, sabendo o efeito que causava aquela vibração tão gostosa. Era como sentir os dedos dele, mas ele não estava me tocando. Era torturante, mas fazia minha intimidade ficar tão molhada que ele não teria trabalho em deslizar para dentro de mim. Queria desesperadamente cavalgar naquele pau até sentir seu gozo dentro de mim.
— Seu…
— Do jantar — Completou com uma risadinha alheia. Eu quase voei no pescoço daquele gostoso do caralho.
Mas teria troco. E como teria… Fiz questão, por isso, de pedir um sorvete como sobremesa. E como exagerei com aquilo. Fiz minhas melhores caras, lambi os lábios, dei leves gemidos de aprovação e provoquei até que ele perdesse a paciência e a noção.
Saímos os dois com ele pedindo para carregar minha bolsa só para ter algo com que tapar a parte de frente da calça, completamente vermelho de vergonha.
— A gente nunca mais vai vir aqui — Ele falou quando abriu a porta para mim, todo romântico.
— Por que? Eu gostei tanto do lugar… — Provoquei e dei uma risada que o fez sair com o carro de cara fechada. Fiquei tão distraída com zoá-lo que, apenas na metade do caminho, percebi que ele havia tomado uma rota distinta a da nossa casa. E eu sabia onde ele estava indo, mas não comentei.
Nos tempos de solteiros aquele motel tinha sido o motivo de chegarmos tarde em casa e culpar o trânsito. Com sua casa cheia de irmãos e com a minha mãe rígida, era a melhor alternativa que tínhamos de ter privacidade.
A nostalgia me bateu assim que passamos da recepção, com Bernardo me agarrando já no primeiro degrau de uma escada que levava para um segundo andar. Ele me agarrou com força, me virou para o corrimão e esfregou aquela ereção grossa contra minha bunda.
— Você me provocou a noite toda — Disse, tirando meu cabelo de um lado, expondo meu pescoço com uma mão enquanto com a outra tirava o controle do bolso — Agora eu vou descontar tudo na sua bocetinha — Falou no meu ouvido e depois mordeu o lóbulo, me fazendo cerrar os olhos e os punhos sobre a madeira.
— E você nem fez nada, né? — Perguntei, jogando a cabeça para trás e grudando mais nós dois. Sentia-o todo ali e ainda rebolava bem devagar para ele perder o juízo. E ele estava. Tanto que, tão logo comecei, o Bernardo pressionou o botão do vibrador.
Aquela sensação voltou a percorrer meu corpo e, dessa vez, gemi mais livremente, deixando as pernas fraquejarem para serem seguradas pelo meu homem que estava cheio de tesão por mim. Aquele sentimento, inclusive, traduzia-se em cada novo tremor que eu sentia no meio de minhas pernas e que era coordenado por ele.
Me perdia em seus braços, naquelas esfregadas rápidas e depois na sua boca em meu pescoço, depositando chupões em toda carne até que ficasse vermelha.
— Vem, preciso de você no quarto — Ele falou e, em ato seguido, me virou, pegando em minhas pernas e encaixando em sua cintura. O beijo que trocamos seria capaz de acabar com toda sede do mundo de tão cheio, molhado e delicioso. Eu baguncei o seu cabelo, ele puxou o meu e quando chegamos no quarto éramos somente dois corpos refém da luxúria.
Nossa vontade, cada toque, cada passada da língua era para isso. Tanto que ele nem falou do mal jeito que me jogou na cama. Não que me machucasse, mas Bernardo parecia ter esquecido dos cuidados em excesso. Tudo o que ele precisava era que eu tirasse o seu cinto rápido e eu o fiz assim que me vi sentada na cama.
Ele queria entrar em mim, mas eu estava interessada em outra coisa. Abri o botão da calça, abaixei e deixei-o de cueca na minha frente, lambendo o desenho que seu pau fez na cueca.
— Gostoso — Falei, distribuindo beijos e depois apertando, enquanto ficava em pé na cama. Fui beijando aquele homem de baixo para cima até chegar na boca. Lambi e mordi seu lábio — Quero sentar em você a noite toda — Avisei, apertando o seu pau, dessa vez por dentro da peça. Fui masturbando e acompanhando o seu rosto se transformando em puro prazer.
— Coloca na boca — Pediu nos meus lábios e foi colocando as mãos no meu cabelo para que eu começasse a descer. Fui de bom grado, ficando de joelhos, e assim bem lentamente recebi do Bernardo, que acariciou minha têmpora e segurou a base do pau — Chupa como só você sabe. Me enlouquece — Pediu, colocando a glande na minha língua e me deixando trazer o resto para dentro da boca.
O acomodei com toda presteza. Abrindo bem meus lábios para receber Bernardo que já estava complementarmente rígido. Subi e desci minha boca por toda aquela envergadura. Primeiro testando, depois engolindo e por fim iniciando-o a foder meus lábios com estocadas ritmadas.
Eu o levava com facilidade apesar de toda sua extensão e isso talvez o deixava mais louco. Ele entrava e saía e tinha toda técnica necessária para manter minha boca como um lugar quente, macio e molhado para ele.
Parecia tão bom para ele quanto era para mim. Ele demonstrava se demorando cada vez mais em minha garganta e eu mantendo-o ali enquanto ia ficando excitada. Só paramos porque senti que, por um momento, ele quase veio à minha boca. E não que eu não quisesse, mas queria mais.
Tanto que o tirei dos meus lábios e voltei a beijá-lo até que se deitasse por cima de mim. Bernardo quase arrancou meu vestido, mas se conteve no último momento me deixando tirar a peça. A mesma sorte, no entanto, não teve a calcinha. Tão grande foi seu impacto ao me ver na lingerie que sem medir forças a arrancou do meu corpo.
— Adoro o seu corpo — Me falou e em ato seguido foi atrás da parte que ele mais gostava: Meus seios. Começou a chupar desesperadamente, abrindo a boca inteira e depois sugando só o mamilo, ato que sincronizou com aquele controle na mão.
Era sua boca de um lado e aquele vibrador me enlouquecendo do outro. Uma combinação explosiva, raivosa, que me deixava tão louca que não pude e nem quis, evitar meu primeiro gozo com aquele brinquedinho agindo sobre mim.
Gritei para que ele me ouvisse, segurei seus cabelos no ato e o trouxe para mim, beijando sua boca e o jogando na cama para sentar de uma vez por todas naquele homem.
Não era em um carro, era mais confortável, mas a sensação da juventude era quase igual. Não era a mesma, porém, pois agora eu sentia o pau dele dentro de mim sem nenhum impedimento.
Sempre usávamos camisinha e não deixaríamos, claro, mas concordávamos, que poucas coisas na vida chegavam perto de sentir a pessoa que você gosta entrando dentro de você. Aquela que você gosta, aquela que sempre desejou, aquela que conhece cada centímetro de você e que está disposta a tudo para te levar ao ápice.
Ele queria o meu. Queria tanto que não se importasse se o seu prazer durava pouco ou que demorasse muito para gozar. Ele me colocou em primeiro. Era sua mulher e me sentia viva, como nunca antes. E todo meu poder adivinha do tanto que eu me entregava quando ele apertava aquele maldito botão, sincronizando com os movimentos de cavalgada que eu fazia sobre seu pau.
Eu tirava-o todo, ficava só com a glande e descia de uma vez tirando os seus gemidos e beijos mais vorazes. Ele batia na minha bunda, falava as palavras mais sujas no meu ouvido e pedia para eu descer com mais força, até o meu limite.
Eu o fazia conforme aquele brinquedinho me incitava, testando as velocidades, me envolvendo com elas até que eu finalmente gozasse de novo, provocando nele em consequência a mesma explosão.
O vibrador, como Bernardo, caiu para o lado. O objeto parado, o meu marido inerte, olhando para o teto do motel como se estivesse olhando as estrelas. Nada havia ali porém, além de dois corpos nus bem satisfeitos.
Gostando da paisagem, Bernardo puxou-me para ele e me deu um beijo delicioso, acariciando minha barriga ao fim de tudo.
— Eu prometo nunca mais deixar de demonstrar o quanto te desejo — E cumpriu.
Contratamos uma babá que passou a ficar com nossos filhos todas as sextas-feiras até o parto. Saíamos para dançar, jantar e de vez em outra parávamos naquele motel. Programávamos o momento do sexo no meio do dia, usávamos o vibrador e até compramos uns novos que tornaram nossa vida muito mais animada.
Teve uma vez, também, que em uma de nossas surpresas, fomos parar numa casa cheia de outras pessoas, mas essas são outras e outras aventuras que eu vivi depois daquele encontro nosso…
Conto erótico by Letícia Araújo (@Leteratura__)